Há alguns anos atrás, enquanto ainda trabalhava como CLT, ouvi de um gestor uma frase, que ele dizia ser uma regra e que me marcou profundamente: "treina, treina e demite". Basicamente ela significa que uma empresa deve treinar seus funcionários em torno de 2 vezes em uma mesma tarefa e, se este funcionário não conseguir exercer o que lhe foi ensinado, este deve ser demitido. Na época, discordei dessa abordagem, pois parecia simplesmente desumana. Quer saber minha opinião atual? Continua lendo esse texto, se trata de uma reflexão extremamente importante!
Com a experiência e a observação do mercado, percebo que, em algumas situações, essa prática pode ser justificada. Afinal, é essencial que os colaboradores atendam às expectativas da empresa para garantir o sucesso do negócio.
No entanto, antes de chegar ao ponto de demitir, é crucial avaliar como os processos da empresa, incluindo os treinamentos, estão sendo conduzidos.
Em qualquer negócio de alimentos, seja na indústria ou em serviços de alimentação, o treinamento dos funcionários é uma peça-chave para a operação eficiente e para a manutenção dos padrões de qualidade. Muitas vezes, o problema não está na capacidade dos colaboradores, mas na falta de processos claros e bem definidos, ou de um treinamento adequado e na ausência de acompanhamento contínuo. É fundamental que as empresas invistam tempo e recursos para definir e documentar seus processos e capacitar seus funcionários, oferecendo treinamentos claros, práticos e aplicáveis às suas funções. Além disso, o acompanhamento regular é essencial para identificar dificuldades e oferecer suporte necessário.
Quando a empresa não se dedica a isso, corre o risco de culpar injustamente os colaboradores por falhas que, na verdade, são reflexos de um processo interno deficiente. É preciso questionar: os funcionários sabem exatamente o que se espera deles? Receberam treinamento adequado para desempenhar suas funções? Existe um feedback constante e construtivo? Sem esses elementos, a simples demissão por não atender expectativas pode ser uma solução paliativa e injusta, que não resolve o problema real e pode até prejudicar a equipe.
Portanto, antes de optar pela demissão, as empresas de alimentos devem reavaliar seus processos e garantir que os colaboradores estejam sendo bem treinados e continuamente apoiados, assim, a empresa não só melhora a qualidade do seu serviço ou produto, mas também constrói um ambiente de trabalho mais justo e produtivo. A abordagem "treina, treina, demite" só deve ser considerada após uma avaliação criteriosa de todos os fatores envolvidos, assegurando que o colaborador teve todas as oportunidades para se desenvolver e atender às expectativas da empresa. Dessa forma, a empresa pode alcançar um equilíbrio saudável entre eficiência operacional e bem-estar dos funcionários.
Consultoria especializada
Para ajudar as pequenas e médias empresas da indústria de alimentos e serviços de alimentação a Evolve Consultoria de Alimentos oferece serviços especializados em análise de processos, treinamento de equipe e implementação de estratégias de melhoria contínua. Com uma abordagem personalizada, trabalhamos junto a clientes para desenvolver soluções eficazes, ajudando-os a alcançar seus objetivos financeiros.
Autora: Gabriela Kappler
Consultora de alimentos e fundadora da Evolve Consultoria de Alimentos
Formação: Tecnóloga em alimentos e Especialista em gestão da qualidade e segurança de alimentos
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